terça-feira, outubro 24, 2006

O fim do regime de transicção

Durante a passada semana correram notícias que davam conta do fim do regime de transicção aplicado aos descontos dos jogadores de futebol profissional para a Segurança Social. Com o argumento das carreiras de curta duracção, até agora os jogadores têm vindo a descontar a uma taxa inferior à do trabalhador normal, sendo essa taxa calculada sobre apenas um sexto do vencimento. Consequências para o futebol profissional?

A consequência directa será naturalmente o facto dos jogadores passarem a levar menos dinheiro para casa ao fim do mês. Em termos indirectos, o futebol português perde um factor de competitividade (pouco claro é certo) na atracção de jogadores. Um exemplo muito claro disto, foi a novela de verão da transferência de Simão para o Valência. Mesmo com um ordenado superior em Espanha, após a dedução de impostos e descontos o jogador concluiu que a transferência não era financeiramente rentável. Por essa razão, ficou a ganhar menos em Portugal, mas a levar mais para casa ao fim do mês.

Acredito que para um Clube como o Beira-Mar o caso não seja tão grave. Importa no entanto ter a noção que cada vez se torna mais complicado competir com outras ligas na atracção de jogadores de qualidade, sendo este facto uma realidade transversal a todos os Clubes.

5 comentários:

Nuno Q. Martins disse...

Caro Francisco;

Mais um motivo para os clubes pequenos apostarem forte na formação.

Um abraço.

Francisco Dias disse...

Inteiramente de acordo.

Devolvo o abraço.

Carlos Martins disse...

Fica claro uma coisa: com níveis de imposto iguais para todos o nosso futebol é menos atraente para estrangeiros e, logo, mais atraente para os nossos futebolistas sairem.

Disto se conclui pelo menos três coisas:

1. Apostar na formação é claramente o futuro e a solução.

2. A nossa tributação não competitiva - e aqui falo da economia em geral, não do futebol especificamente. Há um nivel demasiado alto de tributação. Claro que isto é tema de outro blog, mas o flat tax system tem que vir à discussão o mais rápido possível.

3. Se os clubes (e também as empresas) cumprissem a lei, isto nem seria um problema deles. O nível de salário contratualizado é X. O sistema de imposto é igual para todos. Logo a alteração do IRS não ia afectar os clubes, mas sim os futebolistas...

Carreira de curta duração? talvez seja. Mas como em tudo na vida, há escolhas a fazer. Certamente ninguem obriga os futebolistas a praticar futebol profissional, assim ninguem obriga um economista ou um advogado a seguir essa carreira. São escolhas que se fazem com o conhecimento (mais ou menos profundo) das condições de carreira que se avizinham. E depois, há sempre os planos de poupança... Claro que andar de porsche não é modo de pensar o futuro...

Cumprimentos

Anónimo disse...

Completamente de acordo.. boa i-view bad :)

bAM

Anónimo disse...

Ainda bem que acabaram com a Teixeirada, caso contrário, tambám acabavam com que o de bom existia, a formação.