terça-feira, dezembro 19, 2006

Impressões pós-assembleia

Antes de mais, importa dar os parabéns à iniciativa. A assembleia geral foi bastante concorrida, o que não era de admirar. As assembleias ordinárias de aprovação de contas são por norma pouco interessantes e apelativas. Debater a situação do Clube numa altura onde os resultados estão longe de ser os pretendidos demonstra uma abertura ao diálogo e o reconhecimento da importância dos associados. Este facto, por si, é de assinalar.

Quanto à assembleia em si, decorreu, conforme salientado pelo Presidente, com elevado nível. As questões mais apontadas foram naturalmente a política desportiva, as condições (ou a falta delas) do novo estádio, a dívida da EMA/Câmara e a relação entre associados e Clube. De um modo geral, a direcção respondeu de forma satisfatória, tendo ficado com a ideia que muitas das limitações que o Clube tem devem-se ao facto de não ter a seu cargo a gestão do estádio. É um facto que isso implicaria um acréscimo de custos e uma diminuição importante da receita, mas permitiria uma maior agilização nos problemas sentidos por todos os que utilizam a infraestrutura. Esse sentimento foi expresso pelo vice-presidente José Cachide, tendo inclusivamente chegado a afirmar a sua vontade em mudar para o estádio antigo. Discordo, e a seu tempo explicarei o porquê.

Foi também reconhecido o falhanço na política desportiva, sendo que o plantel de futebol irá sofrer ajustamentos com a cedência por empréstimo de jogadores jovens, e a contratação de 3 a 4 elementos. Não gostei de ouvir uma frase do vice-presidente Carlos Nuno, quando confrontado com a falta de comunicação e divulgação dos jogos: "Gastar dinheiro a comunicar é gastar mal gasto, principalmente quando não o temos". A comunicação é um vector estratégico fundamental que o Clube de forma alguma pode descurar. O marketing do clube foi aliás criticado por vários associados.

Como resumo, destaco o esforço que esta direcção tem feito para dar a estabilidade desejada ao Clube. É claro que ainda há muito por fazer, mas a solução não passará seguramente pela critica simples a quem vem colocando a sua vida pessoal em jogo para manter vivo o clube. O dogma criado pela anterior direcção de ter deixado o Clube a dar lucro não passa disso. Um dogma.

5 comentários:

Anónimo disse...

essa da comunicação é dinheiro mal gasto é um absurdo e um tiro nos pés desta direcção..

o ano passado eram cartazes [mupis] por toda a cidade e arredores que faziam lembrar os preços acessíveis e as vantagens de ser sócio..bem como lembrava aos mais esquecidos e distraidos que havia jogo nas datas indicadas e chamava publico fora dos 1982 miseros espectadores que devem ser os únicos fidelizados a um clube que cada vez nos oferece más exibições num estádio cada vez mais deserto..encontrei o ano passado pessoas no estádio que nunca lá tinham ido e as médias de assistência da época passada talvez tenham sido maiores tirando os jogos com o sporting...

será que a comunicação é dinheiro mal gasto?!!!!será?!

PM

Anónimo disse...

Eu tentei interrogar ao máximo a mesa e a direcção sobre assuntos que penso serem pertinentes e sobre os quais resumo aqui as principais ilações:

1- Comecei por afirmar que contrariamente ao que disse o vice-presidente José Cachide, os problemas do estádio não são “problemas referentes à EMA” mas sim problemas do Beira-mar e problemas de todos nós.
2- Questionei o porquê do o plantel do beira-mar ter 29 atletas inscritos, ao que me foi respondido que 5 deles eram jovens, apostas de futuro. Congratulo-me pelo facto desses 5 jovens terem sido contratados, o pior é o Caso DéDé, e os outros 24 atletas que na sua maior parte não tem qualidade alguma. (Porquê apostar em guarda-redes de qualidade duvidosa e deixar sempre de fora o Bruno Sousa?)
E mais, será o Beira-mar um clube com tamanha dimensão que consiga suportar um plantel tão grande (mesmo com muitos jovens?)...
3- Perguntei se poderiam esclarecer os sócios sobre os montantes em causa nos vários imbróglios jurídicos que o clube tinha (casos levato, Zeman, etc), ao que me foi respondido que estavam em segredo de justiça. (Se o Beira-mar perder estes casos todos, o dinheiro da divida da EMA não vai ser suficiente...)
4- Perguntei o porque da não existência de uma verdadeira politica de Marketing desportivo, e aconselhei a lerem algumas obras sobre o assunto. Foi me respondido que o numero de cartazes a publicitar nos jogos duplicou...relativamente ao ano passado. Mais uma vez afirmo que não perceberam o que é marketing desportivo... Como se afirmou, não há mailings aos sócios a falar sobre o clube/novidades/vantagens, uma newsletter, enfim, uma verdadeira gestão de marketing desportivo (ofereço-me voluntariamente neste capitulo para com a minha formação para ajudar o clube no que puder).
5- No fim perguntei ainda sobre a garantia do novo estádio. Isto porque se querem manter os associados, não é com as fissuras da cobertura ou com as avarias dos ecrãs que se deve brindar o adepto e associado deste grande clube.

Saudações Beiramarenses

Anónimo disse...

...e também te fizeram um convite que, inexplicavelmente, não o referes aqui!!! É que à mulher de César não basta ser séria. Compreendes?

Anónimo disse...

Não, nao compreendo. O unico convite (se assim se pode chamar)que me fizeram foi o de apresentar os numeros de lugares anuais que tinha, para poderem ver se dava para mudar de lugar, visto apanhar chuva nos lugares que disponho. É isso a que se refere?

Anónimo disse...

Em primeiro lugar há que dar os parabéns a quem teve a coragem de ir lá dizer o que pensava. É que escrever num blog é bem mais fácil e vale o que vale. Sinceramente do que ouvi fico com a sensação de falta de uma estratégia por parte da direcção. Todas as esperanças estão nos 3 ou 4 jogadores que vão contratar, o que me parece muito pouco para os reais problemas do clube.

A. Ferreira