quarta-feira, março 14, 2007

Revolução no Futebol

No sentido de aproximar a actividade futebolistica à restante actividade económica, o Supremo Tribunal de Justiça decidiu favoravelmente às pretensões do ex-jogador Zé-Tó contra a sua antiga entidade patronal Farense. A questão resume-se basicamente à legalidade das clausulas de rescisão. Qualquer trabalhador que queira sair de uma empresa, apenas deve indemnizar a sua entidade patronal no valor dos salários restantes por cumprir. No futebol existe uma fee equivalente ao suposto valor de mercado de um atleta, que pelo que parece está em vias de extinção.

Esta visão do futebolista como outra qualquer profissão é bastante curiosa. Durante anos a fio os jogadores tiveram isenção de grande parte dos seus ordenados no pagamento de impostos. Verdade seja dita que esse regime terminou. Acontece que ser futebolista não é o mesmo que ser empregado fabril ou carpinteiro. Os clubes (alguns) investem fortunas na formação de talentos esperando um natural retorno desse investimento. Só assim esta filosofia faz sentido. A partir de agora os clubes sujeitam-se a ficar completamente a mercê de quem tiver mais poderio financeiro. Sempre foi assim, é certo, mas as receitas que a totalidade dos clubes em Portugal esperam realizar para equilibrar as suas contas termina: a venda de jogadores. Porque na prática acaba o "mercado de jogadores". Para os jogadores está descoberto o pote de ouro. O treinador não me põe a jogar? Fácil, mudo de clube. O clube não me aumenta o salário? Óptimo, mudo de clube. No meio destas relações causa-efeito ainda está para aparecer a mais curiosa: sem estas receitas, os clubes vão acabar numa situação onde não vão ter como pagar os milionários salários que se praticam actualmente. Ou seja, aquilo que inicalmente pode ser a mina de ouro para os mais gulosos vai acabar por prejudicar a totalidade.

A ver vamos os episódios futuros.

1 comentário:

Anónimo disse...

Agora é que vamos ver o que é que o nosso Corsário vai fazer, isto pode ser bom ou mal para ele.
"Os empresários não poderão vir a ter jogadores nos Clubes". Palavras do Presidente da UEFA.