quarta-feira, janeiro 31, 2007

Serenidade

Foram tormentosos estes dias, talvez também com a falta de jogos. O adepto precisa sempre de se entusiasmar positiva ou negativamente com alguma coisa. Reforços, gestão orçamental, estratégias, parcerias, treinadores...enfim. O que vale é que houve de tudo neste periodo no Beira-Mar. Quiça demais, mas isso só o tempo o dirá.

Tudo o que uma equipa de futebol profissional necessita é condições fisicas de treino, e serenidade ao nível psicologico. Penso que com o tempo a segunda condição será atingida... até porque é absolutamente essencial se quisermos manter viva a esperança de manutenção na I Liga...

Os reforços são uma grande interrogação. Não obstante a parceria não ser manifestamente do agrado dos sócios, os anunciados reforços chegaram. Agora resta dar-lhes tempo e espaço para que ajudem o nosso Clube a manter-se na I Liga, como penso que todos desejamos...

Eu por mim, vou estar muito mais do lado do adepto e esperar que o Beira-Mar vença cada jogo...

Serenidade e apoio, penso que são a partir de agora e até ao fim da época as palavras-chave.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Óptima Iniciativa

Não tenho desgostado da postura do novo treinador do Beira-Mar. Temos visto até agora um discurso calmo, ponderado e geralmente bem-informado. Naquilo que acredito ser uma operação para cativar os adeptos, o Clube lança o repto de fazer uma pergunta a Paco Soler através deste e-mail. As respostas sairão na próxima edição do Jornal do Beira-Mar, Domingo juntamente com o Diário de Aveiro.

A iniciativa é boa, e deixamos aqui um repto: que tal promover uma acção semelhante com alguém da direcção? Tenho alguma curiosidade, por exemplo, para a explicação da rescisão do Torrão nesta altura do campeonato.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Esclarecimento?

Na minha opinião as recentes entrevistas do presidente do Beira-Mar estão longe de ser felizes. A desvalorização do papel dos sócios ("o que é que representam os sócios?") na vida do Clube é absolutamente inaceitável, e não é de agora que o digo. Mas há coisas que são ditas, e acredito que sejam verdade. Nomeadamente a situação de rotura financeira em que o Clube se encontrava. Durante muitos anos foi vendida a ideia do Beira-Mar dar "lucro". O Beira-Mar esteve sim, com a sua situação financeira controlada, conseguindo ter um fluxo de tesouraria que lá iam dando para pagar as continhas ao final do mês. Não é óptimo, mas sempre é melhor do que temos agora, e nisso mérito seja dado ao Eng.º Mano Nunes.

Entendo no entanto que há "esclarecimentos" que são feitos, que em bom rigor fogem à verdade. Quem lê o que está aqui escrito deve pensar que foi deixada uma fortuna para a actual direcção gerir. Acontece que grande parte destes contratos diziam respeito à época em que o Beira-Mar desceu de divisão, ou seja, proveitos que já tinham sido utilizados pela anterior direcção. "Deixamos um contrato anual de TV de 1.500.000,00€"?? Mas alguém se acredita que na segunda divisão o Beira-Mar tenha usufruido deste tipo de contratos? A descida de divisão afectou seriamente a rubrica de proveitos, pelo que grande parte dos valores avançados neste "esclarecimento" já não se verificaram (eventualmente o fabuloso contrato dado pelo Dr. Alberto Souto de 500.000,00 € pela EMA fosse o único a ser mantido). Isto não é esclarecer. É enganar.

A ler também este manifesto assinado por um ex-dirigente do Beira-Mar. A título de curiosidade, comparem com esta história contada pelo Hugo Reis envolvendo o mesmo. Vivam as modalidades amadoras! Olhem para o que eu digo, não olhem para o que eu faço...

segunda-feira, janeiro 22, 2007

O Desespero

Chegaram ontem mais 3 jogadores brasileiros para o Beira-Mar. Quem são? Não sei, e pelos vistos nem a direcção sabe. Parece no entanto que o festival de samba não vai ficar por aqui, dado que ainda se esperam mais alguns reforços até ao final da semana. O Clube já não escolhe treinador nem jogadores. Uma embarcação à deriva pode dar com a costa, mas o mais provável é ficar pelo caminho...

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Comunicado

Numa altura em que este blog atingiu as 10.000 visitas e as mais de 14.000 page views, entendemos que é altura para repensar o que por aqui se tem passado. Já foi dito, por diversas vezes, que o motivo da criação do blog foi o de abrir um espaço aberto, onde mais que tácticas ou jogadores, fosse discutido o rumo estratégico que o Clube se encontra a seguir. Por isso o lema "Pensar à Beira-Mar". Acontece que em função dos agitados dias que se vivem, as intervenções de todos, e volto a frizar, todos, vão subindo de tom baixando claramente o nível da discussão e, portanto, fugindo aquilo a que inicialmente nos propusemos. O insulto pessoal quer aos autores do blog, quer aos dirigentes, quer aos próprios comentadores tem sido cada vez mais um hábito com o qual não podemos compactuar. Se o Clube quer ser um exemplo, este exemplo tem que partir de todos nós.

Como a nossa posição desde o início foi sempre dar a cara pelas nossas convicções, que por vezes divergem mesmo entre os próprios autores, e uma vez que somos nós que respondemos por tudo o que for aqui dito de forma não identificada, não nos restará uma de duas alternativas: ou impedir o comentário anónimo, ou moderar os comentários. A má educação vai passar a ficar definitivamente à porta.

O nosso obrigado a todos os que colaboram com o Pensar à Beira-Mar de uma forma civilizada, à boa tradição do nosso Clube.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Direito ao contraditório

Admito, não gosto de ser insultado gratuitamente. Também não gosto muito de o fazer sem responder devidamente.

Que fique ainda mais claro: nada me move contra o facto dos sócios se unirem por uma causa (e sendo essa causa o Clube). Mas não me agrada ver quem critica a falta de capacidade de gestão gerar instabilidade.

O momento no Clube é crítico. Também eu não gosto particularmente do acordo com os espanhois. Como não gostei e critiquei o acordo com a Stellar Group. Enquanto não me esclarecerem as diferenças, vou assumir que são identicos. Ou seja, igualmente maus.

Contudo, o post anterior foi claro quanto à minha posição. Movimentos deste tipo só podem culminar com alternativa. E alternativa é concretizar atitudes contra a actual Direcção. Não se trata de eu defender esta ou aquela Direcção. Trata-se de materialização e concretização de tomadas de posição, nomeadamente pedidos de demissão.

É simples. Quem pede demissão de orgãos do Clube só pode ter alternativa para apresentar.

Só assim se pode estar com elevação no Clube e na vida.

Não sou, portanto, nem a favor deste movimento sem saber exactamente a que se propõem, nem tão pouco defendo cegamente as decisões da actual Direcção. Critiquei e interroguei a forma como foi feito o recente acordo. Critiquei falhas no marketing, falhas na gestão da bilheteira. Critiquei a gestão da imagem. Mas construtivamente, como é a minha forma de estar. E até porque feliz ou infelizmente não sou nem tenho alternativa melhor.

Para terminar, a todos aqueles que preferiram atacar-me pessoalmente, com injurias baixas e perfeitamente despropositadas devo dizer que então começa mal este movimento que se propõe "unir o Clube e os Sócios". Não tenho nem nunca tive quaisquer pretensões de assumir qualquer cargo na Direcção do Clube. Não uso, não usei e jamais usarei o Clube para interesses pessoais ou políticos. Rejeito qualquer acusação ao meu caracter de pessoas que não me conhecem pessoalmente.

Como afirmei, conto estar presente no IPJ para dizer o que penso. E também para ouvir o que têm a dizer. Mesmo não concordando com a genese e o modo como foi preparado tudo isto.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Movimentações e Credibilidade

Vive-se um momento díficil no seio do SC Beira-Mar. A contestação à actual Direcção parece estar ao rubro e a organizar-se. Como corolário, parece que foi criada uma organização extra-instituição SC Beira-Mar mas que visa debruçar-se sobre a vida interna do Clube.

Ora, é sobre precisamente esta agitação que gostaria de dedicar algumas linhas deste espaço que, relembro a todos, é imparcial e independente. Acredito que custe a perceber a muitos, mas nenhum dos membros deste Blog depende, dispõe, defende, condiciona ou deixa-se condicionar, influencia ou deixa-se influenciar, submete-se ou alinha particularmente com ninguém. É possivelmente dificil de entender, mas a nossa gradual importancia e participação na blogosfera (e não só) em prol do SC Beira-Mar é determinada única e exclusivamente pelas nossas ideias. Nada de extraordinário. Apenas princípios e elevação.

Posto este esclarecimento, segue-se um outro. Não é surpresa que este Blog facilmente se tornou num dos mais lidos e respeitados espaços de discussão sobre o Nosso Clube. Também é facilmente reconhecido que tomámos, tomamos e tomaremos as posições contra, a favor e neutrais seja com quem for. Assim, impõe-se deixar bem claro que nenhum dos elementos deste Blog foi contactado directa ou indirectamente para a formação do tal auto proclamado "Movimento 1922".

E ainda bem que assim foi! Pessoalmente discordo fortemente deste tipo de atitudes.

E como nós aqui no Pensar à Beira-Mar gostamos de lançar sempre dúvida, debrucemo-nos então sobre este "movimento". Para começar, ninguém sabe quem são. Depois de tantas críticas na blogosfera a comentários anónimos - que aqui nunca rejeitámos -, eis que surge um "movimento" rebelde - diria mesmo revolucionário, à boa (?!) moda do PREC - cujos signatários preferem esconder-se até ao dito encontro.

Mas não nos fiquemos por aqui. Que objectivos movem estas pessoas? Há uma sede própria para este tipo de críticas. É a Assembleia Geral do Clube. O Clube nos seus Estatutos não impede a formação deste tipo de grupos, mas é no mínimo desleal faze-lo. Mais: tenho sérias dúvidas inclusivamente da legalidade de um grupo ou movimento sem qualquer personalidade jurídica ou outra de exigir seja que documento for à entrada seja de onde for.

E aqui impõe-se uma comparação. Em meados de Dezembro, este Blog propôs e chegou mesmo a calendarizar data local de uma tertúlia de discussão sobre o Beira-Mar. Ora, neste altura a comparação e acima de tudo a diferenciação entre o evento de então e o "movimento" e respectivo encontro de agora impõe-se. A Tertúlia era aberta a todos, sócios ou não. Tinha possiblidades e mesmo garantido o direito do contraditório e acima de tudo não visava atentar contra a estabilidade do Clube, antes dar-lhe um espaço de discussão para inovar e desenvolver-se.

Mas que fique bem claro: este "movimento" é uma "one way street". Ou seja, é um caminho que só pode levar a que aqueles que o consubstancializem tornem a sua posição bem clara. Um "movimento" deste tipo com tamanha contestação à Direcção só tem uma alternativa neste momento: sair do IPJ na próxima sexta-feira com um requerimento com dois ou mais por cento dos sócios para a realização de uma Assembleia Extraordinária (artº24º alinea c) dos Estatutos do Clube), um pedido de eleições, um programa directivo e um candidato alternativos. Caso contrário, será pura e simplesmente uma fútil perda de tempo e um vazio. Se não sairem do IPJ com estas soluções, EXIJO que seja feito um pedido de desculpas público a todos os Sócios e ao próprio Clube, pois sairão do IJP cobertos de ridículo. Só dessa forma poderão realmente ter bases morais para criticar a Direcção, principalmente quando criticam a sua honorabilidade e credibilidade.

E irei ao encontro para dizer exactamente o que agora escrevo. Porque gosto de dizer as coisas cara-a-cara. Nos locais certos.

Movimento 1922

Diz o Sérgio Loureiro, e com razão, que o Beira-Mar é um Clube diferente. Eis que surge um movimento espontâneo de associados com o intuito de discutir os assuntos internos. Tomei conhecimento deste movimento unicamente pela blogosfera, em particular pelo blog M1922 onde poderão consultar mais informações sobre os objectivos a que se propõe.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Adeus Jardel

Mário Jardel já não é jogador do Beira-Mar. Apesar de não ser avançada nenhuma explicação no site oficial do Clube, as razões da rescisão devem-se a critérios financeiros, relacionados com o salário do jogador. Amado por alguns e criticado por outros, parece consensual que Jardel foi um activo mal "explorado". De minha parte, julgo que mesmo em condições débeis, Jardel foi dos atletas com melhor prestação até à data. Basta relacionar número de golos e assistências com os minutos jogados. Por essa razão não nos resta mais que dizer: Obrigado Super-Mário!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Reflexão a frio

Ponto prévio: não conheço o vice-presidente José Cachide pessoalmente. Mas numa cidade como Aveiro, todos nós conhecemos alguém que por sua vez conhece algum conhecido da pessoa em questão. A opinião consensual das pessoas com quem falo, e alguns post que leio, dão José Cachide como um homem sério, honesto e íntegro, o que me vem intrigando em função dos recentes episódios do Clube, nomeadamente com Carlos Carvalhal. Tal como na história dos bilhetes da taça, quando as coisas não batem certo há algo que, por norma, não conhecemos. Inflelizmente desta vez não disponho do Google para esclarecer a situação e, por isso, não me resta mais que efectuar algumas deduções.

Vi alguns comentários que nos (autores do blog) adjectivam de "rapazes da direcção". Obviamente a ignorância fala mais alto, porque quem nos conhece sabe perfeitamente que apoiámos e criticámos decisões da direcção de Mano Nunes, da mesma forma que apoiámos e criticámos decisões desta direcção. Quando as opiniões são desinteressadas, o que fala mais alto é simplesmente aquilo em que acreditamos. Neste caso, sejamos honestos: alguém no seu perfeito juizo, viria para a comunicação social afirmar que "ia para o poço com Carlos Carvalhal" sabendo que nesse mesmo dia ele seria despedido? A pergunta é, naturalmente, retórica. Significa isto que há por aqui algo mal contado. Pergunta seguinte: sendo José Cachide supostamente uma pessoa séria e honesta porque não se demite? Só não sabe a resposta quem andar completamente alheado da realidade do Beira-Mar. A situação financeira do Clube é, assumidamente, desastrosa, e só não é pior porque algumas pessoas da direcção entram com avais pessoais para garantir dinheiro ao Clube. É público que José Cachide é um deles. Sendo assim, é por demais evidente que Cachide só não apresenta a demissão porque não pode!

Não pretendo com isto de forma alguma desculpabilizar a actuação da direcção neste episódio da pareceria com a Inverfutbol, mas tem-me custado assitir ao "linchamento popular" que tem vindo a ser feito a pessoas que colocam a sua vida pessoal em jogo para garantir a sustentabilidade do Clube. E isto é bem mais difícil que escrever num blog.

Tenho aqui assumido posições críticas contra a falta de rumo em que o Beira-Mar está a seguir, nomeadamente na falta de gestão para a sustentabilidade do Clube. Dizia alguém num comentário que o futebol vive do curto prazo. Estamos de acordo. Mas a sustentabilidade do futebol vive do longo prazo, e neste aspecto parece-me evidente que a actuação da direcção tem falhado.

Compreendo o estado de espírito da generalidade dos sócios e simpatizantes, mas devo dizer, a frio, que discordo de algumas posições a exigir a demissão da direcção. Conheci pessoalmente o Nuno Quintaneiro há alguns dias (ainda antes da notícia da pareceira com a Inverfutbol), e tivemos a oportunidade de trocar breves impressões sobre a situação do Clube. Naturalmente que a preocupação de ambos foi evidente. Reconheço no Nuno uma opinião sincera e importante na vida do Clube, embora tenhamos neste aspecto opiniões distintas.

O pior que poderia acontecer nesta altura ao Beira-Mar seria ficar sem direcção. Vamos esperar, ver os resultados e, a seu tempo, ajuizar.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Quem é Francisco Soler?

Não tenho dúvidas que se a notícia da parceria com a Inverfutbol não envolvesse uma mudança de treinador, tudo teria sido um pouco mais pacífico. Esta súbita mudança no comando da equipa do Beira-Mar, transmite a ideia que o Clube perdeu completamente o controlo da sua política desportiva. Carlos Carvalhal, ainda que sem resultados que permitissem avaliar a sua passagem, foi um técnico bem recebido em Aveiro e, acredito, com hipóteses de sucesso.

O homem que se segue, Francisco (Paco) Soler, nasceu e jogou toda a sua carreira no Maiorca. Esta será a sua primeira experiência como treinador, numa liga com uma volta já praticamente concluída, e diferente daquela onde Soler jogou toda a sua carreira. Claro que com uma equipa técnica bem constituída este problema poderá ser minimizado, mas os receios que os adeptos têm vindo a expressar são legítimos.

Em Paços de Ferreira e na Vila das Aves, o Beira-Mar jogará duas cartadas decisivas. Por aqui veremos se este acordo foi um passo em frente... ou em falso.


Mais informações sobre Paco Soler aqui.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Viva España?! Ou as 10 questões fundamentais que têm que ser esclarecidas!

Estou perfeitamente atónito com o volume de acontecimentos ocorridos hoje na vida do SC Beira-Mar. Estive afastado alguns dias, mas tentando sempre acompanhar o dia-a-dia do Clube, pelo que fui sabendo da possível entrada em cena de um grupo investidor espanhol.

Ora, sabendo de antemão a consensual opinião dos bloggers do "Pensar à Beira-Mar" contra as decisões do passado em deixar a Stellar Group interferir gravemente na vida do Clube, este momento surge como fundamental. E acima de tudo grave.

Não compreendo a saída de Carvalhal algumas semanas apenas passadas após a sua contratação com pompa e circunstancia. Compreendo ainda menos a entrada em cena de um investidor que impõe treinador, e muito provavelmente jogadores. Sabe-se-la mais o quê. Acho perfeitamente injusta esta decisão para com o treinador. Digo-o frontalmente. Acho ainda mais injustificado a entrada de um treinador espanhol - Francisco Soler - nada identificado nem com o Clube, adeptos ou região. Aliás, alguem sabe quem é este senhor !? Isto não augura nada de bom para o futuro...

Também não sei de nenhuns pormenores acerca do acordo com o Grupo espanhol Inverfutbol. Não sei que motivos levaram a Direcção a tomar esta decisão (presumo que financeira), mas sei que não foi proposta aos sócios. Nem me lembro de estar inscrita na estratégia apresentada a sufrágio. Não compromento com um imediato "não" a esta parceria - porque não sei detalhes... - mas estou fortemente inclinado a faze-lo. Não queremos voltar a ver os erros que a parceria com a Stellar provocou, nem a instabilidade, nem os jogadores mediocres e/ou lesionados e/ou de passagem sem qualquer lucro para o Clube.

Pessoalmente sou da opinião que a fazer-se um tipo de parceria financeira, ela se restrinja a isso mesmo: dinheiro e investimento. Não a intromissão na gestão do Clube. Se for parceria ou consultadoria, então que nao envolva dinheiro nem interesse de terceiros. Tudo o que não aconteceu com a Stellar. Se o acordo for do mesmo perfil, leva o meu rotundo "não".

Para formar parcerias deste género que já nem sequer estão na moda la fora, é preciso definir as coisas: ou temos um Clube detido pelos sócios ou temos uma SAD. Soluções hibridas claramente não resultam porque são opacas... E portanto, mais uma vez, a clareza surge como essencial e a palavra chave. Por isso, até mais detalhes deste acordo, nada mais posso acrescentar.

Fico só pelas questões que me assolam a mente de momento:

1. Quanto recebeu Carvalhal pela rescisão?
2. Quem pagou?
3. Quais são os trâmites do acordo com a Inverfutbol?
4. Quando começaram a produzir efeitos este acordo?
5. Se já começaram a fazer efeitos (como obviamente já se percebeu), porquê não foi anunciado antes, tendo mesmo sido garantida a permanencia de Carvalhal até ao fim da época?
6. Que jogadores vem para o SC Beira-Mar no âmbito do acordo?
7. Quem paga esses jogadores e que lucra o Beira-Mar no longo prazo?
8. Que poderes tem este grupo nas decisões da gestão diária do Clube?
9. Qual o grau de submissão terá o Clube e aonde cabem as decisões dos sócios?

e talvez a mais importante de todas:

10. Será que este acordo resolve ESTRUTURALMENTE o problema financeiro do SC Beira-Mar?

domingo, janeiro 07, 2007

Depressão

Num dia que tinha tudo para ser tranquilo após a vitória sobre o Santana, eis que surge a notícia verdadeiramente bombástica: Carlos Carvalhal é afastado da equipa técnica em virtude do acordo com a empresa espanhola Inverfutbol. Sinto-me profundamente desiludido e enganado, quando ainda hoje o vice-presidente do Beira-Mar José Cachide tinha confirmado a continuidade de Carlos Carvalhal pelo menos até ao fim da época. Eu bem compreendo as dificuldades que a direcção tem vindo a sentir, nomeadamente na parte financeira, mas pelo menos que haja sinceridade! Mesmo sem saber os contornos do acordo, uma coisa fica bem clara: o Clube deixa de controlar a sua política desportiva, e isto, não pode (ou não deve) ser feito sem o conhecimento dos sócios. Temo, muito sinceramente, pelo rumo que o Clube está a seguir.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

500

Não me acredito que o número de espectadores do próximo Beira-Mar x Santana seja superior a este.

Os preços são absurdos, tendo em conta os verificados nos jogos da Bwin Liga. O Beira-Mar defende-se através do seu site, onde diz que a responsabilidade de afixação dos preços dos bilhetes para estes jogos é da FPF. Curiosamente, os jogos entre Benfica x Oliveira do Bairro, e Porto x Atlético são mais baratos. Há aqui alguma coisa que não bate certo....

Gratuito, é o próximo jogo de basquetebol a contar para o CNB2 entre Beira-Mar e CENAP. É no próximo sábado, pelas 21h, e tem ainda o atractivo da homenagem que será feita aos ultras auri-negros.


Adenda: Como não gosto das histórias mal contadas, fui consultar os regulamentos da FPF sobre os preços dos bilhetes para a taça de portugal. Para que conste, segundo o Comunicado Oficial nº1 da FPF para a época 2006/2007:

Capítulo 19º, Artigo 55: "Em casos especiais, devidamente justificados, poderá a FPF autorizar preços diferentes da tabela geral, desde que os dois Clubes enviem à FPF o respectivo acordo".



Simples não?

terça-feira, janeiro 02, 2007

O verdadeiro activo dos Clubes...

... traduz-se na sua adesão popular, ou seja, sócios e adeptos. Sendo difícil medir o número de adeptos, vamo-nos centrar nos sócios.

Comparando o número de sócios dos principais Clubes portugueses (exceptuando os 3 grandes), podemos tirar algumas conclusões interessantes. O 4º Clube em Portugal com mais sócios é o Belenenses (24.500), seguido muito de perto por Vitória de Guimarães (24.301), Boavista (23.000) e Braga (22.700). O Beira-Mar situa-se num patamar bastante inferior (8.962), apesar de estar à frente de 6 Clubes da primeira liga.


As categorias mais frequentes de sócios são divididos por: tipo de bancada, sexo, idade ou ainda nos Clubes de maior dimensão pelo local de residência. Adicionalmente são concedidos alguns benefícios extra como descontos em lojas aderentes, ou serviços do Clube.

O Leiria é o único Clube onde sócios não pagam bilhete para assistir aos jogos, enquanto que Setúbal e Nacional têm entradas gratuitas para menores.

Centrando-nos no Beira-Mar, e mesmo sabendo-se que o número apontado não significa que sejam sócios com a quota em dia, podemos concluir que há muito trabalho por fazer. Ser sócio não se explica por qualquer vantagem económica directa, mas sim por uma identificação com o Clube. Pergunto-me se um atleta da formação tem algum tipo de incentivo em se fazer associado do Clube. A resposta é negativa. O Beira-Mar tem na formação não só uma forma de poder criar uma mais-valia futura desportiva (estas ainda por cima são raras), mas acima de tudo em poder cativar jovens que serão os adeptos de amanhã, do Futebol, Basquetebol, Futsal, Natação e por aí fora. Que fique claro que isto não é somente um crítica à actual direcção, uma vez que nas anteriores nada foi feito neste sentido. Trata-se no entanto de uma questão fundamental, onde a actividade do Clube deverá estar voltada. São os adeptos que desde pequenos aprendem a sentir o Beira-Mar, que amanhã serão um activo garantido, quer a bola entre ou não...