quarta-feira, setembro 06, 2006

O público no Estádio (reflexão a frio)

Não quis reagir a quente à notícia algo sensacionalista e certamente despropositada em termos de relevo em relação à assistência nos jogos do novo Mário Duarte. Até porque temos apenas...um jogo realizado!

É certo que mais vale prevenir, mas um jogo apenas é muito pouco para tirar conclusões que serão, necessariamente, precipitadas.

Eu disse aqui que não achei que 3110 fosse um mau número de espectadores no estádio, incluí mesmo no positivo da ronda inaugural.

O que não gostei particularmente na notícia foi o exagero à volta do número e de algumas reacções e menos em relação aos motivos por detrás dele que é, em última análise, o que mais interessa. Já nem vou falar nas citações enunciadas sem autor, porque não sendo jornalista (nem tão pouco pretendo ser) não tenho nada que me meter nas formalidades. Cabe-me apenas emitir a minha opinião para quem quiser ler. Também não vou certamente dar demasiada importância ao facto de os autores deste blog não terem sido incluidos naquelas reacções, mas que temos sido ultimamente umas das vozes mais activas na crítica construtiva ao Clube nos últimos tempos na blogosfera, disso parece-me que não haverá grandes dúvidas.

Indo agora ao cerne da questão, muitas das críticas que se ouve em relação ao preço dos bilhetes são fruto do que já aqui dissemos, ou seja, falta de informação dos sócios e adeptos. A facilidade de compra de bilhetes felizmente já não se encontra reduzida às bilheteiras do Estádio. Mais, os bilhetes são francamente mais baratos fora dos dias do jogo, ou seja, através compra antecipada dos ingressos. Uma modalidade ao que parece ainda desconhecida pelos sócios e simpatizantes. Não obstante, uma crítica possível, que até posso concordar em certa medida, são os preços dos topos, um lugar com menor visibilidade. Poderiam ser mais baratos. Mas a verdade é que a grande crítica parece vir dos não sócios. Ora, a política da Direcção parece claramente indicar o caminho certo, ou seja, conseguir mais associados, acentuando as vantagens desse acto e reflectindo-as no preço dos bilhetes.

A época ainda vai no início, pelo que ajustamentos serão necessários, mas parece tudo ir num caminho mais ou menos correcto. Mais: a direcção deve ter como objectivo maximizar as receitas de bilheteira em cada jogo, mais do que encher o estádio, sempre considerando obviamente a variável adicional que o apoio do público pode providenciar, influenciando a performance desportiva em campo. São então estas variáveis a considerar no momento da fixação dos ingressos. O marketing deve fazer o resto. Claro que ninguém pode obrigar as pessoas a assistir ao jogo, mas também se deverá entender que o jogo não é um espectaculo gratuito, nem pode ser.

Ainda para mais, este jogo com o Aves teve outras condicionantes. Desde logo, a transmissão televisiva e a consequente hora. Depois o mês em que se realizou o encontro. Neste ponto a Direcção reagiu de forma perfeita. A ver vamos o que acontece em meses "normais". Haja mais e melhor marketing e informação. E claro, vontade dos aveirenses (e quando falo em aveirenses, refiro-me à região!) em vir assistir ao jogo!

3 comentários:

Nuno Q. Martins disse...

Caro Carlos Martins;

Também li o artigo publicado no Diário de Aveiro. Aliás, sobre esta temática dos adeptos, estou em dívida com os leitores do BN porque tinha prometido um post sobre o assunto logo a seguir ao jogo com o Aves. Por manifesta indisponibilidade, ainda se encontra no forno mas espero publicá-lo em breve.

Entretanto, saíu o tal artigo no DA que, penso, serviu para despertar algumas consciências e lançar o debate.

No entanto, nestas questões, o erro na discussão surge quando procuramos uma "solução mágica" para o problema. Tenho, para mim, que a política de preços e modalidades adoptada para os sócios são boas numa óptica de "manutenção", não tanto de "expansão".

Quanto aos pontos abordados no post, apenas acrescentaria algumas varáveis próprias do futebol que não são comuns a outros espectáculos, como por exemplo, a importância de ter uma boa moldura humana, ruidosa, que valorize o próprio espectáculo desportivo.

No BN vou tecer algumas considerações sobre este assunto que tanto me diz.

Um abraço.

Francisco Dias disse...

Amigo Fábio,

Muito bom comentário. Deixa-me no entanto discordar contigo num aspecto. A poligamia clubistica (termo feliz) afecta sem dúvida a região de Aveiro. Mas não só. Afecta todo o país. São frequentemente citados os exemplos de Guimarães e Braga que arrastam muita gente. Estamos no entanto a falar de duas cidades que, como se sabe, têm muitos adeptos nomeadamente do Benfica. Ou seja, o facto de haver um outro clube não impede o amor ao clube da terra. Da mesma forma que tu e eu temos uma "segunda cor", e estamos de 15 em 15 dias no EMA a torcer pelos aurinegros. E posso-te garantir, mesmo sabendo que tu sabes, que se a final da taça tivesse sido frente ao meu outro clube, lá estaria na avenida na mesma a festejar o feito do Beira-Mar. Porque há valores que crescem connosco e são para ficar.

Um abraço,
Francisco

Anónimo disse...

bem eu concordo com a ideia de que é preciso cativar as pessoas para irem ao estadio. neste clube, e lamento dizê-lo, pensa-se primeiro no $$$ e só depois nas pessoas,mas também é verdade que a Liga de Clubes estabelceu que o preço minimo de um bilhete para um jogo da BWIN é de 5euros.
Mas voltando à ideia inicial. o SCBM nao cativa os habitantes de Aveiro. Temos que fidelizar os habitantes da CIDADE qual região? se nem os aveirenses vao ao estadio. e o EMA tá mt bem servido de acessos.
"Mas como chamar pessoas ao estádio?" deveria ser das questões mais colocadas nas reuniões de direcção. será que é? ou então quem responde nao deve ser a pessoa mais indicada pra isso. perguntem ao Dr.º Nuno Arroteia; desconfio que ele deve ter umas ideias interessantes.
não é que eu perceba mt, mas se não lhe quiserem perguntar, estudem as politicas seguidas pelos clubes da NBA ou do basebol!

para além de fidelizar/cativar os habitantes de Aveiro é necessário, tal como diz o Nuno(bancadanorte), que a equipa se envolva neste projecto. como? jogando um futebol atractivo, emocionante. e isso nao acontece! de quem é a culpa? isso é outra historia.

foi so um desabafo.